segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Da dor ao prazer

Sinta a dor
Alimente-se dela
Deixe-a dominar-te até 
O limite do insuportável

Sinta a dor
E se entregue a mim
Como se eu fosse o seu senhor
Perca a noção das horas
Dos dogmas e de pertencimento

Sinta a dor
Flagele-se diante do espelho
Enquanto observo atentamente os teus gestos,
Brinque com o que os ditos decentes
Temem admitir

Sinta o que advém da dor
Entre em êxtase
Com esse prazer intenso,
Que a séculos é dito como sujo, torpe...
Saborei-o como um bom vinho.
Deixe se corromper
Afinal, és simplesmente
O que queres ser.

Sinta a dor
E divida as nuances deste sentimento.
Exercite sua cumplicidade.
Estenda as mãos a mim,
Mostre sua devoção.

Sinta as dores do amor
Não convencional,
Da paixão execrada pelos folhetins,
Do amor vivido
Nos porões da existência

Sinta a dor
E que a marca do seu suplício
Seja o teu troféu.
Se entregue,
Já que és assim
E nem imaginávamos.
Sinta a dor...


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